terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Inicio do Natal


Para uns, o Natal é apenas receber prendas . Apenas ficar á espera que os Pais ponham os caprichos debaixo de um Pinheiro, um pinheiro sem significado nenhum . Outros, nem sequer acham piada nenhuma ao Natal, apenas lhe acham uma certa graça por receberem umas grandes prendas. E ainda há aqueles que fazem um Pinheiro com tudo o que têm, em cada bola, um sentimento, em cada sorriso, magia. Quando espalham neve , realizada em desenhos pelos vidros. Quando abraçam, quando beijam, quando andam, espalham o verdadeiro significado desta época ! Encaram o obstáculos com um sorriso, e levantam-se, por vezes sozinhos. O Natal, é isso mesmo. Não é Hipocrisia , de nem sequer falarem para pessoas e neste dia por umas horas ligarem com sorrisos e vozes carinhosas que no fundo são falsas e dizerem "Feliz Natal" . Chamo-lhe hipocrisia pois asseguir a esta época, nem se lembram mais das pessoas ! Podiam aproveitar esta época, sem falsidade e hipocrisia, fazerem as pazes com todos aqueles que se zangaram e levar a magica amizade para os restantes dias do ano ! O Natal, é construir o Pinheiro, com sentimentos, com desejos que levem ao universo e não apenas ao egocentrismo .
Que o Natal, traga tudo de bom ao mundo, paz e união, magia e amor, amizade e verdade.
Sem mentiras , nem hipocrisias , sem falsidades e tristezas.
Agora, deixo aqui um resto da minha pequena carta , da minha carta ao Pai Natal:
" Querido Pai Natal . Não vou começar a falar do meu comportamento ... Porque a unica coisa que peço é que o mundo se torne melhor, que nessa noite de natal, tragas a magia de quando todos eram crianças, a espectativa de saber o que receber, e a neve a cair na janela. Traz também a paz e a magia ao mundo , um sorriso ás crianças tristes e desfavorecidas. E uma luz aos que nada vêm, um ruído aos que nada ouvem , uma força aos que não a têm, traz um pedaço de carinho a cada pessoa, injecta as suas veias com amor, o seu sorriso com felicidade e o seu olhar com inocencia no brilhar. Querido Pai Natal, talvez o meu coração seja demasiado fraco para isso, mas tira força de mim, e dá a quem mais precisa "

domingo, 21 de dezembro de 2008

Relógio


Olho para o relógio . O toque nunca mais se desvenda. O dia já escureceu e o meu coração anoiteceu com ele. O meu coração deixou de ter cor e até forma! Sinto-me sem reacção . Sinto-me perdida, confusa e até morta. Sinto mesmo que morri, novamente. A dor é a minha única aliada . A felicidade foge-me entre osdedos e nem a magia que me entregavas a consegue segurar. Porque essa magia, foi contigo. Eu fiquei, fugi e não tenciono voltar a ter-te perto.
Eu, desapareci.
Entreguei-me á noite, e morri !
És tu, tu que eu passei a temer.
A noite não será calma, nem sossegada. Tu vais estar debaixo da cama, a perturbar-me o pensamento. Pergunto, Porquê?
Não encontro conclusões nem respostas. As lagrimas queriam sair , conforme caminhava naquele brusco corredor , vazio e ausente. E agora, estou aqui doente e vazia, por ti.
E agora olho para o relógio e o tempo não quer andar, como se fosse a tristeza que prendesse os ponteiros , tal como as lágrimas se prendem em mim.

Novo Caminho


As árvores refugiavam-se naquela doce planície . Junto á berma de árvores rubustas e livres, permanecia a areia. Areia fina, clara e húmida. A água era calma , serena e fria . Aproximei-me da margem , ajoelhei-me e toquei na água . Ela fugia-me , queria voltar a adormecer sem que eu a perturba-se . Quando me levantei , olhei-a de frente . Não vi nada de extraórdinario , vi-me a mim. Era o reflexo daquela água. Se lhe atirasse pedras para ela , poderia agitar-se , mover-se-ia . Eu ? Permanecia ali, com qual fosse o movimento , ficaria ali. Olhei em frente, acompanhei onde a água chegava . Quando olhei em frente, vi a outra margem. Verde e pura (...) A noite chegava, e eu deitei-me sobre aquela areia fina e molhada . Ouvia o sussurar das ondas, era a melodia mais suavizada que a noite trazia . No céu, permanecia a lua em quarto crescente . Adormeci (...) !
Adormeci a ver o reflexo da Lua no lado e a outra margem cada vez mais longe . Quando acordei, senti a brisa fresca sob o meu frágil corpo . Quando olhei de frente vi as nuvens em grande quantidade, ocultavam-me o futuro.Mas, não desisti, aguardei a sua vista novamente . Com o passar das horas, as nuvens fugiam, o sol e a minha força venceram-nas e novamente , olhei de frente o Meu caminho.

Relógio

O relógio teima em passar. Lentamente, ele passa. Ele caminha lentamente contra ou a favor do vento. Não relata histórias cumplices ou histórias de um tipo invulgar. Ele apenas ajuda a que elas passem mais depressa, ou mais devagar, conforme seja o seu desenvolver.Mas quando o desenvolver é agradável, e suave , os ponteiros da sua composição avançam bruscamente, para norte, para o relógio dar uma volta, recheada de sorrisos, de descidas e de curvas, é fácil , rápido e especialmente estranho. Mas para ele andar devagar, é quando nós estamos ansiosos que ele dê a volta, ele aí, teima em recuar para longe do que pertendes.Vejo isso, quando me encontro na ansiedade de estar contigo, demora tanto a ser a hora marcada, olho inumeras vezes para os ponteiros, e parece que ele não sai do sitio.Nem com o sopro do vento ele avança, e quando chega a hora marcada, ele passa a correr, pelo simples jeito de nao querer largar o momento.o relogio, é esperto, lento e rapido. Mas vive em todas as historias.

Tatuagens

Somos apenas simples tatuagens da vida, apenas pedaços de paisagem que observam perante um vidro fosco, duro , e preto. Preto, como se fosse a barreira que separa dois mundos. Ás vezes, sinto-me perdida, sinto-me a sufocar. Ando a sentir aquela dor no peito, como se o balão se enchesse no meu peito, devagar, e explodisse, quando explode, doi. Ás vezes sentimos que ninguém nos dá valor. Que somos apenas ‘’mais um’’ um objecto da vida, uma pequena coisa, insignificante.As pessoas não medem quando as palavras podem magoar, conforme elas são ditas, vêm sempre com uma carga de energia, positiva ou negativa, e magoam, magoam conforme sao enviadas, magoam , num sitio unico. Coraçao *Era tão bom ! Sentirmo-nos completamente felizes.. Completamente inteiros.. Completamente.. Sem destino, sem rumo, sem força. É como desvanecer, fluirmos nas ondas, quando já não temos pé nas pequenas águas, e morrer, morrer ali, lentamente. Sempre disseram que a pior morte era morrer afogado. Mas, para mim, a pior é quando nos sufocam com palavras. Nos mentem, nos deitam no nível zero, nos fechem os caminhos. Não me agrada esta situaçao, mas também não posso fazer nada para mudar. É uma questao de habito, como nos habituamos á felicidade, porque não há tristeza … ?

Sonho da vida


Um dia , sonhei com um mundo. Não era somente um mundo melhor, era talvez a realidade do meu pensamento. Esse sonho? intreferiu na minha vida. Poderei acrescentar que era cega. Hoje? o sorriso devora-me ao acordar, ao deitar e até mesmo com a coisa mais absurda do mundo {...} Mas sorrio, por ter o acto de visão ! Por poder ver o nascer e o por do sol. Sei que algumas pessoas sao cegas, não de visão mas sim, de coração ! Valorizam mais o exterior e até mesmo coisas que não sao ricas em sorrisos.Eu ? Nao sou assim, talvez tenha alguma inocência dentro de mim, mas gosto de colorir o mundo de todas as pessoas. Tenho aqui uma tela branca, e pinto-a todas as manhãs , tardes e noites. Pinto-a com as cores mais garridas e vistosas. Um dias conheci alguém, e sim chamo-lhe amigo. Era um homem triste que sofria por amor. Falou-me de um dom, e ofereceu-me a sua ultima lagrima. Por te-las conseguido limpar a todas, não com gestos, mas sim com um sorriso ! Ofereci-lhe uma tela, e fiz-lo jurar que a pintaria todos os dias a qualquer hora, em qualquer lugar {...} Prometeu-me, e hoje sei que nao chora, nao descrimina o mendigo, abraça-o. Ja nao se importa com os exteriores, nao se importa que eles o encham. Prefere que os interiores encham o coração, o seu amigo coração. E tu? tu que estás a ler, usa-me. E sorri, sim sou o sorriso mais inocente que tens dentro de ti. Este amigo que eu falo? É o olhar, o olhar mais sorridente e brilhante que pode existir. E a vida? Sem sorrir? É triste, porque o sorriso e o olhar são as cores mais vistosas e sorridentes da tua tela - A VIDA !

Lápis ou não


és como o grande lápis que trazia comigo. Usava-o para esboçar os meus contornos, em conjunto com os do mundo. Por vezes, era preciso afia-lo, para ele conseguir ajudar-me de novo. Houve um dia, em que acabou, descobri que era só um lápis. Porém, todos os outros podem fazer o mesmo que ele , ou ainda melhor. Não depende do lápis, do seu exterior, nem das suas caracteristicas. Depende de ti, de como o tornas especial, ou só mais um.
Nunca serás mais um lápis, e deixarás sempre o teu rasto.

Floresta

A vida é como a floresta. Desde cedo que aprendemos a caminhar sobre ela, a descobrir os seus segredos. Aprendemos a lidar com os animais, e a saber distinguir os frutos dos venenosos dos saudáveis. Aprendemos a orientarmo-nos nela, e a saber descer falésias, contornar colinas e construir abrigos. Em muitos dos dias, sofremos e perdemo-nos nela, nos seus caminhos.
Desde pequenos que nos ensinam a protegermo-nos dos frios, dos caminhos maus e das grutas escuras. Desde cedo, que sabemos distinguir os montes pelos quais caminhar, e os que não podemos pisar.
Vão haver alturas, em que vamos escorregar no musgo, despropositadamente, e cairemos, sem que ninguém nos segure. Cairemos em silvas, e os picos penetraram a nossa pele.
Vão haver momentos em que sentiremos dores, após quedas duras. Vamos sangrar muitas vezes, sentiremos as mãos a gelar, no Inverno. Será como se tivessem adormecido num sono profundo, o que dificultará o nosso percurso. Sei que passados anos, estaremos preparados para o árduo percurso novamente, mas , nunca saberemos o que nos espera, apenas seremos mais fortes e corajosos, e no final de tudo diremos com toda a convicção:
- Valeu a pena !!

Comandante


Estou no comando do navio, sei a rota a seguir e a forma a navegar. Os meus cabelos sobrepoêm-se ao vento, e abraçam-se , num acto de ternura e união. Ganham garra, e ponho as mãos na madeira, sou a dona do destino, sou a comandante da minha rota.
O mar é um amigo secreto, esconde por vezes dramas e tristezas, e liberta as suas ondas, causando tempestades. O mar, é como todos nós ! Sofre, vence e conquista. Todos gostam de navegar sobre ele, ou outros têm receio de o pisar, de mergulhar por ondas de sentimentos variados. Hoje, vejo o horizonte secreto e escondido, sinto as ondas elevarem o barco, e a subirem e descerem, como se se tornassem incertas. Escondem dentro delas, amores e desamores. Brilhos e Sorrisos ; As ondas, levam e trazem memórias, são como diários abertos, onde as páginas ficam soltas na água, e vagueam sem destino, partem e voltam.
Hoje, navego no mar de sorrisos e estrelas, onde as memórias estão no fundo, e á deriva estão os sentimentos mais sinceros , as estrelas mais perfeitas e as pessoas mais importantes. Deixo que subam para o meu barquinho de papel, onde sou capitã deste navio, onde eu , faço deles o meu mar.

Viagens


As paredes ficam pretas, o mundo fecha-me as cortinas, as luzes apagam-se . Adormeci ! Ou talvez, morrido. Nao sei onde me encontro, nao sei onde estou. Reparo que choro , porque ouço o barulho das lagrimas a baterem num objecto oco, duro e triste. Foi como um mergulho profundo na escuridão, perdi as chaves do meu mundo e já não tenho forças para abrir as cortinas . Já não é altura de brilhar, já não sinto o passar do tempo , nem sei por onde caminho. Sinto um sabor molhado a tocar-me nos lábios, são gotas sem sabor , gotas de tristeza e precisão . O meu cabelo está molhado presumo que a chuva se esteja a soltar no ar, o vento leva-me o cabelo a voar, mas ele já não se solta do mesmo jeito. Sinto as mãos frias e já não sinto os pés. Os meus olhos fecharam , e tudo o que vejo é o preto, apenas a cor predominante da dor. Sinto que perdi muita coisa, que perdi muita cor, e muita força. O mar está perto de mim, consigo escutar as ondas bravas baterem nas rochas, não ouço o que dizem, mas sinto-as . Deixo-me levar pelo meu instinto , os olhos nao se abrem e guio-me pelos sons. Sinto-me perto das ondas bruscas, subi para a rocha . Não sinto os pés , apenas me faz confusao o contacto com a constituiçao aspra da rocha. Vou cair, é o mar da mágoa e as ondas da solidão que me arrastarão para qualquer lugar.
Estou a ir, com a maré.

Baloiço da vida


é no baloiço da vida, que ganho e perco lanço para enfrentar a vida.Uns dias com tanto lanço caio, e volto a perde-lo. Outros dias, tenho alguem que me empurra, e no impasse do medo, vou voando com calma e sempre com um pé atras. Quando ganho a confiança necessaria, volto a avançar sem medo, posso voltar a cair, posso magoar-me fortemente, mas pelo menos arrisquei, perdi o medo e ganhei o lançe contra os medos, os meus pés, tocam nas nuvens, e largo-me do pequeno baloiço, vou cair, mas tive a sensaçao de não ter asas e estar no céu.Quando acordo, reparo que nao estive num baloiço real, mas sei que ele existe, e que nele estou sentada a todos os minutos, porque assim é que eu corro , que eu abraço a vida, por um baloiço que me lança ao mundo, que me enlaça no céu , que me faz bater nas nuvens.

Margem de memórias


Estou numa margem de memórias que me passam na cabeça como se de um filme marcante se trata-se . A minha vida, um relato de acontecimentos , onde memórias ficam e memórias vão.
O mar trás nas suas ondas capítulos novos, levando os rebeldes que fugiram na sua maré alta.
Fecho os olhos e lembro-me da paz que é uma noite junto do mar, sentir o cheiro das memórias e correr na areia, quando as ondas te percorrem a pele, e enfrentas aquele explendor.
É nestas noites vagas e tristes que vou buscar memórias , que procuro novas respostas.
Os bons momentos, sempre foram pedaços de sorriso, como buzios que nos levam ao mar.
Os buzios, têm uma capacidade de nos fazer entrar neles, ainda têm aquele cheiro, da longa viagem por águas profundas. Ainda guardam no seu coração a melodia das ondas, batendo nas rochas ou vagueando no ar.
Ainda têm a imagem do sol a deitar-se sobre o horizonte, e ainda têm a areia nas suas linhas .
Lembro-me de apanhar o meu primeiro buzio, e de correr na areia. Lembro-me de enfrentar as ondas, enfrentando o medo que tinha delas. Talvez as ondas, me ensinassem tanto que nunca me esquecesse delas, e mergulhei. Hoje percebo, que as ondas deixam que seja livre, em qualquer momento em qualquer lugar. As ondas levam-te a águas profundas, entendes ? Levam-te a sitios mágicos e feitos delas, levam-te a esqueceres tudo , naquele momento em que dizes:

- Até já, mergulhei .

Luar


A lua , nesta noite, fria e sombria é a pequena miragem que obtenho da minha janela.
Reparo , hoje, nas suas formas e feitios, nas suas mudanças de posição e na sua rotina. Vejo a sua chegada como choro a sua partida.
A lua é sempre um ponto de referência . A lua é, sempre um ponto seguro .
Existe sim, quem não a aprecie talvez por ela permanecer na noite. Toda a gente tem medo da doce noite ! Eu sempre aprendi a respeita-la, e sempre que preciso de viajar para qualquer lugar, de obter respostas e tomar decisões é essa noite sombria e medrosa que me abre os braços, me agarra na mão e me lança á vida. É sempre esta noite, que me empurra o baloiço quando não tenho forças para ganhar lançe e chegar ao topo.
Recordo-me nessa explusao de memórias da minha infância, da força que cresceu comigo, e das vezes que cheguei ao topo do céu com os pés esticados contra o ar, abraçei-o . Sorri, e o cabelo voava-me , as mãos agarravam aquelas cordas de ferro dos baloiços , com todo o bater do coração simplificado em força. Lembro-me que caí muitas vezes, que sangrei dos joelhos , dos cotovelos e rasguei as mãos, mesmo assim não desisti. Quiz lançar-me sempre novamente !
A lua é a estrela das noites , das noites que me acolhem e me dao vida, que me enchem de força. São essas noites que me param as lágrimas apos derrama-las. É sempre na noite que tudo acontece. A noite não é assustadora, é secreta .

Mentiras

O sol, por vezes custa olhar directamente. Só quando se esconde, quando foge , é que o podemos observar claramente. A mentira é assim mesma ! As pessoas escondem-na e nós nem a conseguimos olhar de frente, é demasiado forte para nós e pode deixar-nos lesões graves e intolerantes. Quando a escondem, já a podemos olhar, porque simplesmente nunca as identificamos. Só que mentir é um desafio dificil de sair na perfeição . Não suporto olhar a mentira de frente, pelo simples facto de primeiro não a ter visto, e ela estava lá. Começo a ver pedaços de mentira por todo o lado, em cada pegada que as pessoas , em cada rasto que tu deixas no caminho. Em cada pedaço de passado e em cada começo de presente. Eu não queria isto assim ! A mentira é simplesmente uma coisa desnecessaria, que só nos leva a mares negros e infelizes. Nunca se livram da mentira ! Mentem a primeira vez, começam a mentir sucessivamente, sem se apercebendo do mundo que os rodeia, sem se aperceberem que pode afectar, ferir e magoar. A mentira é a seta de uma flecha. Lançam-ta e tu, choras de dor. E ficas apegado a uma mentira que te lançaram. Questionas-te do porquê da mentira, do porquê de não te teres apercebido, e descobres acontecimento que vias estranhos a fazerem sentido. A mentira.. Meu deus , a mentira...
Hoje, vou olhar o sol bem de frente, vou enfrenta-lo. E vou matar essa mentira, não vou deixar que ela chegue ao futuro, se a descobrir então que seja hoje, aqui e agora .

Rabisco

Preciso destes rabiscos linearese desalinhados . Preciso desta fuga de cores e de formas. Sou a pequena folha em braco. Sem linhas , nem palavras perdidas. Sou vazia, por natureza. Tudo o que me devem pintar, suponho que seja branco. Não consigo ver, nem sentir. Não consigo respirar o cheiro fresco das cores... Não consigo ! Cada lágrima que se solta, dava vida (...)
Por isso , também não consigo chorar . Já não sou a mesma . Perdi-me em mim ! Agora vagueio por quatro paredes brancas, sem um ponto de saída, nem chegada. O sabor deste sítio, é amargo, vazio e triste. Já não sei o que sinto aqui. Apenas é tudo tão branco . E eu, transparente ?! Não sou como a água, ela é mágica.. Eu sou apenas o seu vazio, um esboço com falhas, mas sem ponto de fuga.
Agora (...)

(...) perdi-me

sábado, 20 de dezembro de 2008

Magia


Sabes , aquele momento entre o adormecido e o acordado em que ainda acreditamos no sonho ? É aí que o sentimento nasce , renasce e ganha ainda mais cor.Sempre , fui a pequena criança que mergulhava no ar . Mas só voava a sonhar (...)Sempre fui a pequena criança que em sonhos vivia na terra do nunca, no meio de tantos meninos perdidos . Que voava todas as noites com brilho de fada, e entrava por janelas ... Até que descobri a tua, e não me cansei de a visitar , de a olhar, de entrar e encontrei-te . Sussuro-te que nunca feches esta janela, que nunca me proíbas de entrar . Eu não queria crescer, não queria parar de sonhar, mas quando encontramos alguém que nos muda, crescemos por gostar, crescemos por começar a amar.Tu tornaste-te o meu pensamento feliz, basta pensar em ti, na grande pessoa que és, no lugar que ocupas dentro de mim e vejo-me a mergulhar no ar. Andei tanto tempo perdida, sem saber voar, com o tempo fui desaprendendo, mas agora encontrei-te, pensamento feliz . Agora, não tenho a magia, não tenho o pó das fadas, e deito uma lágrima por cada pensamento feliz ! E cada vez que vou á tua janela a voar, tens-la fechado e vejo-te fechado no teu mundo, tu e as lágrimas . E não me queres deixar entrar, não me queres deixar limpar-tas . Sinto as tuas feridas , chorarem contigo. Sinto a tua dor, permanecer na tua íris. Abre a janela, deixa-me entrar ! Tenho um pequeno saco, com um pensamento feliz em forma redonda, deixa-me entrar, deixa-me partilha-lo contigo. Deixa-me sonhar e mostrar-te o que vales, deixa-me dizer-te ao ouvido “estou contigo” . Deixa-me vencer junto a ti, os montros que o teu passado te trás . Deixa-me dar-te a mão, deixa-me ensinar-te a voar . Vem comigo , eu vou mostrar-te a terra do nunca, onde o ‘’nunca’’ não existe. Onde as lágrimas fogem, as feridas saem e os sorrisos se desvendam . Vem comigo , (:

Horizonte



Tento olhar o fim do mar, e ver a linha do horizonte. Com o dedo sigo-a levemente , fecho os olhos e naquele conjunto de sensações , querer alcançar aquele fim, aquele objectivo. O horizonte, é a soluçao de todos os problemas, de todas as derrotas. O horizonte é o principio de todos os fins. É o apagar do passado, e o proximo passo do futuro. Eu queria caminhar para o horizonte sobre as águas, elas transformarem-se em caminhos seguros, e fieis. E pousar os meus pés sobre eles, sem ir abaixo. Mas não é esse o caminho para o horizonte. Não se vai para o horizonte como se vai para lisboa, nao se passam auto-estradas, nem se tem furos nos pneus. Para o horizonte é preciso luta , é preciso força e é preciso garra. Simplesmente , porque para ires para lá, tens de ir pelo oceano, tens de combater todos os obstaculos, todas as rochas, todos os tubarões. Tens de seguir a ajuda dos golfinhos, tens de apoiar-te nas nuvens, e não te deixes enfeitiçar pelos tapetes voadores, nem pelo canto das sereias. Segue o teu caminho, se te perderes, quando olhares para o teu norte, o horizonte estará ainda mais longe.

Boneca



Um dia , perceberás que não sou a pequena boneca de pano que brincas quando te apetece. Um dia vais perceber que não sou brinquedo sem sentimento. Posso estar sempre por perto, deixando que me pegues, que me atires ao chão quando enfureces ou me desfaças aos bocadinhos quando não tens nada para fazer . Quando te ris de mim, e brincas ao fazer troça . Um dia vais perceber que toda a boneca, por mais pano que a constitua, tem sentimentos. E eu, eu apaixonei-me pelo teu jeito. E tu, não percebes. Ves-me como uma simples boneca de pano, que nem sempre serve , que nem sempre te apetece ver. Vês-me como um pedaço de qualquer coisa, sem um significado como o teu para mim. Vês-me assim . Talvez um dia, tu vejas que eu não te via da mesma maneira. E nesse dia, será tarde. Já estarei tão gasta dos teus teatros , dramas e fugas ao romance. Não suportei ouvir-te falar de dor, quando o que eu sentia era amor.

Sou

Sou tal e qual um ponto de interrogação. Guardador de segredos e questões ! Descobridor do mundo e das suas tentações. Questionador da vida, e descobridor dela.
Sou saudade e teimosia. Sou estranha e natureza. Sou flor e ramo partido.
Sou cascata de sonhos húmidos e tenebrosos. Sou pedra dura e mole. Sou ponte que te protege dos riachos. Sou magia , fluminando pelo ar.
Sou desenho indefinido, e cor ilusionista.
Sou partícula sonora e desenho crítico.
Sou ponto final, e ponto questional .
Sou vida e morte, Sou preto e branco.
Sou arco-íris e balão de ar.
Sou isto, e aquilo. E lá no fundo não sei quem sou .

Descalça


Tudo começa com o simples terreno de terra dura e castanha escura.
Aos poucos , projecto o que quero idealizar no meu jardim. Calco a terra minhares de vezes, decalça . Deixo as minhas pegadas nela marcada. Ando decalça pelo sonho !
Começo a correr por ela, deitando as sementes que me criarão a relva , a relva verde e pura .
Com o passar do tempo, vejo-a desabruchar pela terra, e ainda decalça vou caminhando sobre ela, e as pegadas acabam por não se notar. O meu terreno fica de um verde puro, e vazio. Começo a ir ao coração, buscar a semente dos amigos e semeio uma árvore de cada espécie á volta do terreno, e tal como a amizade, elas vão crescendo devagarinho, expandindo as suas raízes, fortalecendo o seu tronco, e criando ramos fortes. As flores, representam o sentimento . Umas rosas , outras tulipas, e ainda os mal-me-quer . Cada uma com a sua virtude, cada qual com o seu defeito. Vou regando, cada uma com passos definidos e determinados. Com o passar do tempo, vejo o meu jardim, cheio de árvores fortes e vistosas, cheio de flores vivas e felizes. Os pássaros não permanecem em mais nenhum local , senão aquele. Senão o meu jardim ...
Fiquei sem ir lá tanto tempo, que me esqueci dele até.
Hoje visitei-o, e a relva estava repleta de folhas caídas, mas as árvores continuam tão fortes, a relva tão verde e tão pura. Já há muito tempo que não a calcava, a chuva substituiu-me e o vento tirou as folhas velhas que eu me esqueci de tirar. Limpei aquele jardim, como já não o fazia há muito tempo. Trouxe um banco de madeira, e sentei-me nele, olhei-o de frente, olhei aquele jardim. E sorri, vi que as sementes traziam toda a felicidade. Vi que tudo, demora o seu tempo, mas acabamos sempre por atingir os nossos objectivos.
E corro, sobre este jardim verde e forte e corro sobre este jardim de amizade

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ruas

Corro por ruas desconhecidas, não te vou deixar escapar.
Roubaram-me a felicidade do coração com simples palavras venenosas.
E eu, parto a sua procura. Corro com tudo o que me resta , com toda a minha força adormecida.
Quero encontrar o auge da felicidade novamente, corro descalça e nada do que calco me aleija.
Já estou demasiado ferida, que com novas feridas, nem me apercebo da dor.
Esta é a rua da amargura. Perdi a felicidade de vista, e sento-me nas escadas. A dor começa a aparecer, e as lágrimas escorrem-me de tristeza. Os meus pés , perderam a sua textura recheada de força, o meu coração bate levemente como se já não quizesse viver mais. E o meu sentamento afoga-se neste naufrago . Até que vejo a porta de trás fazer um ruído, abro-a e vejo a escuridão, entro e a felicidade esbarra-se contra mim e foge , novamente para os caminhos de ruas perdidas. Ganho força e corro novamente atrás dela , dou tudo por tudo, até que chego a umas escadas repletas de degraus infinitos, não tenho força para subir , não tenho coragem, nem estado físico. Deito-me sobre eles, e adormeço nestes degraus de sonho . De manhã acordo , e a felicidade está a dormir no degrau em cima do meu, mas não a quero agarrar já, só quero saber o que ela tem de tão especial que nunca reparei, quero analisar a sua textura, a sua forma e o seu cheiro. Dizem que a felicidade não se vê, mas eu tenho-a presente em pessoas. E é a ti, que tenciono agarrar.

Sonhos invadidos

Se houvesse possibilidade de te tirar dos meus sonhos, eu tirava.
Estás a tornar a minha noite num aglumerado de mágoas e lágrimas, sai por favor.
Já que decidis-te sair , virar-me costas , agora saí de todo o lado.
Tornas-te um livro, que não sei onde abrir, pois a cada página supreendo-me com o que saí.
Torna-te passado, e não me finjas o presente.
Torna-te passado, e não me afastes o futuro.
Não ponhas a tua ancora no meu barco, estás a parti-lo e eu não me quero naufragar .
E agora pergunto-me "Quem sou eu ? " e já não encontro respostas.
Sou a criança que te ama.
Sou a criança que te anseia , após teres partido.
Sou uma sombra de saudade, de memórias, de abraços perdidos e guardados, de palavras magicas e venenosas, que te quer por perto, ou te quer ver longe ?
Sou o sonho, de que te querer ver a meu lado, ou o pesadelo de te querer ver partir.
Sou tantas frases, tantos sonhos, tantos pesadelos, que nem sei onde escrever o que sou, finjo apenas não o ser.

A borracha da vida



Um dia, li numa pequena folha “ Viver é desenhar , sem borracha “. Nao liguei muito ao que aquilo tencionava transmitir, e até cheguei ao ridiculo e confirmar que desenho sem borracha , nao tem toda aquela graçinha. Mas conforme os anos passam, as ideias mudam, e as coisas que chegam á nossa estação, independentemente do século em que acontece, ficam para o resto da vida. Viver, não necessita de borracha, é como se fosse um desenho abstracto, nao tem de ter uma forma certa e determinada, não tem de ser somente um circulo, desenhado a compasso para nao conter traços falhados e destinos infieis. Não tem de ser um rectangulo , uma piramide, feita com regua e esquadro. Viver implica pegar no lapis , fechar os olhos e somente com ele, traçar o que o coraçao disser. É normal que nao saia um desenho perfeito, a vida não o é ! A vida é o risco mais incerto, não é feito com perfeiçao, quando sujam o desenho, temem voltar a desenha-lo de novo. Então com calma, ternura, vão conquistando de novo o lapis, podem demorar mais tempo, mas corrigiram os erros , as imprefeiçoes, apenas tentando de novo (: Viver, não implica usar uma simples borracha. Porque tudo o que acontece numa vida , nao é apagado. Podem ser momentos bons, tal como maus, apenas aprendemos a viver com eles. Sem os poder esquecer, apenas a fazer melhor, a corrigir, a aprefeiçoar.
A vida, é um desenho incerto, que te faz aprender a ter certezas .

Outro abrigo


É como se fosses assim, a imagem que o vidro separa de mim . Toco-te por ele, mas já não te sinto. Este vidro, é tão transparente, e mesmo assim tu não me vês . Ou finges que não vês (...) Este vidro é tão fino e tu, não o queres partir . E fico a olhar-te partir, abandonas-me . Começas a caminhar sem mim, o vidro ficou entre-aberto e mesmo assim, tu partis-te, sem hesitar. Não olhas-te para trás . Deixas-te dentro do vidro, as memórias, os sonhos, os afectos , as palavras que agora me pergunto se foram sinceras. E partis-te , vezes sem conta. Preferis-te outros braços para te segurar, e deixas-te os meus. Preferis-te outras mãos para te amparar, e partis-te as minhas. Preferis-te outro sorriso para te animar e eu perdi o meu . Preferis-te outro abrigo, e o meu ficou com um lugar vazio, o teu lugar. Agora, desejo-te boa estadia, e ainda te vejo caminhar feliz pelo meu vidro, mas tu já não me vês . E quando me vês, finges que nada sou, que nada importo. Finges que não existo , que nunca existi. Se um dia, voltares para trás , pousares a tua mão pelo vidro, onde em criança desenhamos juntos o coração eu vou sobrepor a minha do lado de dentro, e juntos vamos partir este vidro que nos separa. Mas se não olhares, então desejo-te boa sorte, para a tua estadia , seja em que abrigo for . Então desejo-te força, para não abandonares mais vidros, e não matares mais sorrisos. Então desejo-te muita sorte, para que nunca te façam o que tu me fizes-te, abandonar. E então, se um dia to fizerem, eu vou sobrepor a minha mão sobre este vidro, sobre o nosso coração e sem que te apercebas vou-te amparar, e estar atenta a todas as tuas quedas.