sábado, 20 de dezembro de 2008

Descalça


Tudo começa com o simples terreno de terra dura e castanha escura.
Aos poucos , projecto o que quero idealizar no meu jardim. Calco a terra minhares de vezes, decalça . Deixo as minhas pegadas nela marcada. Ando decalça pelo sonho !
Começo a correr por ela, deitando as sementes que me criarão a relva , a relva verde e pura .
Com o passar do tempo, vejo-a desabruchar pela terra, e ainda decalça vou caminhando sobre ela, e as pegadas acabam por não se notar. O meu terreno fica de um verde puro, e vazio. Começo a ir ao coração, buscar a semente dos amigos e semeio uma árvore de cada espécie á volta do terreno, e tal como a amizade, elas vão crescendo devagarinho, expandindo as suas raízes, fortalecendo o seu tronco, e criando ramos fortes. As flores, representam o sentimento . Umas rosas , outras tulipas, e ainda os mal-me-quer . Cada uma com a sua virtude, cada qual com o seu defeito. Vou regando, cada uma com passos definidos e determinados. Com o passar do tempo, vejo o meu jardim, cheio de árvores fortes e vistosas, cheio de flores vivas e felizes. Os pássaros não permanecem em mais nenhum local , senão aquele. Senão o meu jardim ...
Fiquei sem ir lá tanto tempo, que me esqueci dele até.
Hoje visitei-o, e a relva estava repleta de folhas caídas, mas as árvores continuam tão fortes, a relva tão verde e tão pura. Já há muito tempo que não a calcava, a chuva substituiu-me e o vento tirou as folhas velhas que eu me esqueci de tirar. Limpei aquele jardim, como já não o fazia há muito tempo. Trouxe um banco de madeira, e sentei-me nele, olhei-o de frente, olhei aquele jardim. E sorri, vi que as sementes traziam toda a felicidade. Vi que tudo, demora o seu tempo, mas acabamos sempre por atingir os nossos objectivos.
E corro, sobre este jardim verde e forte e corro sobre este jardim de amizade

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é o sentir , o querer , o sonhar. é o escrever, voz muda em pensamento eterno. Viver !