sexta-feira, 20 de março de 2009

partida certa

foste embora, apanhas-te o comboio e não olhas-te para trás. Ainda estou aqui, a correr na situação, mas olhei para a cabine dos vigilantes e vi-te a entrar, através daquele ecrã a preto e branco. Senti a agua nos olhos, o meu mundo ficou assim tão incerto, tão preto. tão vazio ! sinto tanto a tua falta, e não te vi chegar.. ainda não te vi chegar. e é aqui que tudo acontece, fico na esperança. de te ligar, de te abraçar, mas isso não vai acontecer. o telemóvel toca, o telemóvel vibra, entusiasmada vou a ver, não és tu. vi um casaco igual ao teu, umas sapatilhas , um andar, um gesto, um olhar, mas não eras tu, porque inteiramente, ninguém é igual a ti, ninguém se iguala a tudo o que és. preciso de ti ! eu tenho saudades tuas , eu ... eu... eu não sei que fazer. Tu não te lembras de mim ? o dia já passou, se tivesses desaparecido, já estavamos todos prontos para apresentar queixa, já passaram as horas que dão, e eu estou aqui, sentada neste banco, da estação. Todos circulam, uns apressados, outros relaxados. Uns decididos, outros indecisos. Uns felizes, outros recheados de lágrimas. Uns orientados, outros (...) outros perdidos ! e eu estou aqui, não tão melhor que eles, eu estou aqui, sem nada. sem sitio onde me encostar. precisava de fechar os olhos e ver que estás aqui, ao meu lado. Podia ter sido eu a partir, que tu jamais darias pela minha falta, que tu jamais ficarias aqui, como eu , á tua espera. estou a chorar, todos me olham, todos comentam, e quero lá saber ! eu só preciso de te ter aqui, por favor, porque não voltas? eu não sou nada não é? nunca passei disso, e um nada. foram palavras inventadas, fui uma mera experiencia que deitas-te num tubo de ensaio, e quando viste que afinal não ficou da cor que querias, tão bonita como esperavas, abandonas-te, fechas-te o laboratório e sais-te. mas sabes, deixas-te ficar aqui todos os sonhos, os desenhos. será que te vais lembrar, de me levar , de me vir buscar ? a mim, e a tudo o que resta.

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é o sentir , o querer , o sonhar. é o escrever, voz muda em pensamento eterno. Viver !