segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

espera

estou á tua espera, não te vejo a vir. não ouço os teus passos vagos, ou certos. não estás aqui, fugis-te, como no dia em que ambos saimos da gaiola que nos prenderam e aprendemos a voar, juntos esvoamos os céus mais bonitos, descobrimos os seus segredos mais misteriosos e desenhamos nele, com as nossas leves asas brancas. eramos pássaros, em sonho. sabiamos voar como ninguém ! bastava sonhar, mas hoje. hoje vi que nem essa viagem ao sonho te fez ficar, foste embora. fico horas a ver se vejo o teu remetente, uma carta que talvez deixasses por de trás de respostas incertas e vazias. mas não a encontro, talvez nem te lembrasses de a escrever. não foste tu que me perdes-te. tu quizes-te perder-te sozinho, no céu. esqueces-te-te de mim, por uns breves tempos, não sei quando te voltarás a lembrar, ou até mesmo se isso irá acontecer. tentei chamar por ti, sei que ouvis-te essa chamada, essa palavra, mas mesmo assim ... mesmo assim tu não voltas-te inteiro. respondes-te, mas como se de nada se tratasse. esqueces-te-te, que te conheço. que sei quando mudas de rotas, de maneira de voar e de falar. quizes-te partir, aos poucos foste-te afastando, esquecendo as promessas , as palavras, os momentos, quem sabe, se não foram tudo mentiras, da tua parte ? sinto-me assim, como se tivesse perdido todo o meu interior, ficando um vulto amargo e incerto nesta hora. chamo-te, mas não entendes. pensas que está tudo bem, porque tu próprio te sentes bem assim, "em mudança" "de partida". talvez o erro aqui seja eu, que espero sempre por ti, e sempre me avisam que a espera nem sempre é satisfatoria/saudavel. e sento-me aqui, neste banco da estação de comboio, talvez eu e tu nos cruzemos, quando ambos entramos para os comboios, para as carruagens opostas de destinos diferentes. e isto, será um medo, ou tudo uma realidade? não vás.

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