terça-feira, 28 de julho de 2009

todos


todos lá passam.
poucos são os que nele param.
no jardim alcatroado.
da rua de baixo á esquina.
todos lá passam.

vão de leve, cantando.
uns riem outros choram.
uns cantam outros dançam.
mas nenhuns se olham
e todos lá passam.

vão á chuva e ao sol.
morenos e claros.
vão de noite e de dia.
pela sombra ou pela luz,
todos lá passam.

uns chocam e recuam.
outros andam e não olham.
quem são eles ?
são aqueles,
aqueles que lá passam.

ninguém se olha,
por medo.
medo da igualdade.
o ser humando é tão igual.
não se nota?
todos lá passam.

apressados e com calma,
correm e recuam.
de todas as idades,
muitos acenam-se
mas ninguém se guarda
e todos lá passam.

construi um banco,
sentei-me e lá passei
mas aquele sítio guardei.
todos lá passam, não paravam
porque não se sentavam
ainda hoje...
todos lá passam.
mas todos, sou eu
e tudo o que idealizei,
sobre a diferença .

de todos nunca lá passarem.

2 comentários:

  1. todos...mas tu...em essencia...és POESIA!!!

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  2. ó Isa, olha q fico vaidosa e não gosto de uma imagem de narciso reflectida na água...agradeço-te eu por me teres encontrado e deixado navegar pela doçura da tua alma!

    noite feliz, bj luz e paz :)

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é o sentir , o querer , o sonhar. é o escrever, voz muda em pensamento eterno. Viver !