algures, na praia, um cântico suave, e doce de sereia...não daquelas que atraem os marinheiros em jogo de sedução naufragando-os, afundando-nos...não, eram acordes de ondular que viajavam pelas sendas de um amor profundo, puro, apaixonado...
embora a sereia se sentisse, por vezes só, era venerada pelas demais criaturas vivas que a rodeavam, do peixe ao golfinho, do cavalo-marinho à estrela-do-mar, passando pelas algas que teimavam em fixar-lhe na jovem cintura para a revestirem, feito saia. também as vieiras, búzios e outras conchas lhe fixavam no cabelo para a adornar, livremente.
resplandecente o coração desta sereia, cuja sensibilidade emanava luz, poesia e magia...envolventes as suas palavras, sábias para uma sereia tão jovem e, talvez fosse por isso, que os demais companheiros de seu reino nem sempre a compreendiam mas, na praia em mim, murmura assim um búzio:
-aqueles que escrevem, não são aqueles que sabem encontrar a caneta e a sabem levar ao suburbios do mundo, mas sim aqueles que sem vergonha se deixam levar pelo desfecho incerto de um texto.
- o passo abstracto do caminho, é aquele que damos concretamente
-o melhor sítio para onde podes levar alguém é numa visita turistica ao teu coração, de certeza que eles lá vão querer morar.
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é o sentir , o querer , o sonhar. é o escrever, voz muda em pensamento eterno. Viver !