domingo, 31 de maio de 2009

Nós

somos nos filhos da lua, ascendentes do sol, perdidos no cruzamento entre a escuridão e a luz.
somos nós , injustos com o mundo, egoístas com os que nos rodeiam, tristes, vítimas perdidas !
uso a força da palavra para me expressar, o consolo da representativação deste cenário por palavras, facilita-me o diálogo convosco ! o que os meus olhos vêm, tantas vezes não consigo expressar, e neste caso, vejo uma lágrima no meu rosto cair e ficar .. a fome instala-se nos seus olhares, perdidos em imensidoes sem resposta, a fome mata, a fome instalou-se ... vejo os passos fracos, os corpos caídos... vejo desperdiçios na nossa sociedade e isto revolta-me ! tudo temos e a nada damos valor ... desperdiçamos, recusamos e enjoados , complexados, dizemos que não. começamos a dizer o que é bom e mau, ao nosso gosto ! Pois.. nós temos a opção de escolher ! de estragar, de exigir. Mas e eles? pequenas crianças que sofrem por não comerem, sabem o que elas faziam por um pequeno grão de arroz? aquele grão que deixam solto no vosso prato... se juntarmos todos os grãos de arroz soltos em todos os nossos pratos, poderiamos alimentar crianças ! é rídiculo não é? fazemos sempre a mais, se sobrar deitamos ao lixo.. fácil não? mas há que olhar ao resto do mundo ... olhar o mundo nos olhos, ouvir os gritos, cuidar de nos olhando o que há em nosso redor... há crianças a sofrer, sociedades a morrer ! e nós? vamos usar esta força das palavras, ser felizes e aproveitar !! Vamos aproveitar cada grão, não desperdiçar todos os recursos que um dia... um dia até a nos nos podem fazer falta ! vamos dar as mãos a todas as sociedades, ser solidários com o mundo. Vamos usar a força das palavras, conquistar o mundo de cabeça erguida, ser astuto e compreensivo ! Vamos encontrar as palavras certas e destruir as erradas ! É necessário agir, vencer e destruir os males que a sociedade vai criando ! Nós, ainda vamos a tempo.

vamos partir

vamos partir pelo mar,
ser criança, mesmo se falhar !
vamos caminhar neste ar,
não importa se é bom de respirar.

vamos partir no horizonte,
não importa o caminho certo ou errado,
mas vamos por ali, por aquele monte,
tenho a certeza que o caminho vai ser encerrado.

vamos partir,
vamos ficar
vamos rir
vamos amar !

vamos, vamos sem parar,
porque o tempo torna-se curto
e eu não o sei esticar !

domingo, 24 de maio de 2009

vamos

vamos embora, por aquele caminho, denso incerto, mas vamos !
sei que era preferível seguires o certo, mas hoje vi o sol, e agora vejo a lua. Hoje vi as nuvens brandas, arranquei as pétalas das flores, vivi o cheiro dos amores ! Amores perfeitos que colocaram no meu jardim. O Jardim que me ofereceram, repleto de preciosidades ! Vamos embora, não importa se a relva fica bonita cortada, se alinhamos a máquina para não ficar ás curvas. Não me importa que as laranjas caiam quando as for a apanhar, ou que as borboletas pusem em todas as orquídeas, não me importa, mas vem comigo, vem comigo por favor ! quero-te apresentar, este novo explendor

quinta-feira, 21 de maio de 2009

olha para mim

olha para mim, por favor olha. Olha-me nos meus olhos, diz-me, o que vês?
não te peço um exterior, uma descrição abusiva, nem complexa. Apenas que entres em mim. Que não olhes apenas, mas saibas vês. Entra, o que vês?
Não olhes apenas, assim não vais conseguir. Vê-me, dá-me vida, cor. Fecha os olhos ! Tenta mais uma vez, olha para mim, lê-me, desvenda-me. O que vês ?
Não estás a conseguir, eu sei que não. Mas tenta, fecha, abre, fecha, abre. Agora olha, olha para mim. Imagina aqui os meus olhos, que te olham, olhos elameados, enrugados pela vida, mas olhos, os meus olhos. Olha para mim, vê-me, foca-te neles, entre em mim. Suspira, cái por este tunel, e entre em mim, vê o que guardei para ti, o que escondo e do que falo. Vê, olha, sente, prometo, vias perceber ! Mas olha . Não, não olhes só, vê-me.. sente .

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Uva

deixei os ventos,
as crueldades..
perdi os alentos,
venci as maldades ...

quando dei por mim, acordei...
percebi que o sonho me consumiu
e eu nunca mudei,
apenas foi o terno amor que me viu !

encontrou-me na ruela,
sentada numa curva..
de gabardine amarela ,
quando a chuva me deixava turva.

foi o amor que ali passou,
numa gota de chuva !
ele próprio me conquistou,
me agarrou e saboreou, quando eu nunca passei de uma pequena uva .

fim

não há fins para sempre , tal e qual não há ínicios para sempre.
o dia nasce, é o seu ínicio, mas logo ele termina e é a vez da noite, ínicia .. mas logo depois vão acabar, vão dar seguimento um ao outro. Mas nem sempre vai ser assim, nunca vão iniciar no mesmo poente, nunca vão ter o mesmo brilho, umas vezes mais, outras menos. Vão ter sempre momentos diferentes, vão criar inicios e fins jamais repetidos, o dia e a noite.. eu e tu ! porque não?
vamos começar a falar, mas logo depois vamos terminar.
amanhã vai ser de novo, uns dias vais brilhar, outros assombrar.
e será que eu quero assim?
que tudo seja sonho e pesadelo? tanto colorido como negro?
acho que chega de conjuntivos . Foi assim ! Já não é mais .
agora vou viver, sem ti do meu lado, vou sonhar e saber que este sonho nunca foi acabado... apenas parado, e que agora o tenho na mão, pois estou aqui para escrever, ver e ler o que o dia me trás, a noite me faz explorar e o que a vida me mostra nunca mudar ! Viver, e dar vida ao que vivo .

terça-feira, 19 de maio de 2009

origens


deixa-me encontrar todos os rastos que me guiam, neste céu que nasceu , num afluente perdido.
deixa-me encontrar a foz desta água congelada, onde corro apressada e caio sem medo de me levantar, mas com cuidado. Este gelo és tu , tão prepicaz e perigoso, tão escuregadio e traiçoeiro!
Agora deixa-me, não me importa se vou cair, mas deixa-me ! Porque o sangue que vou derramar , vai ser sobre ti, será que o calor da força, com a queda ágil destas gotas de sangue, não vai ser capaz de derreter todo o teu gelo... toda a frieza? não me importa o que vou fazer, mas deixa-me estar aqui, sentada neste topo, contando as nuvens , a ser feliz, nem que seja uma única vez..
deixa-me, deixa-me !

acabou...

sinto-me o teu pior maço de lenços , a tua pior pedra , o teu pior tudo ! por que teimas em chutar-me? em lançar-me para o fundo da rua ! sinto-me a tua pior marioneta. o teu desenho mais inútil... sinto-me algo sem valor.. um mundo sem cor ... é como se as ruas do mundo estivessem todas ás escuras por minha causa, será que sou a culpada? é como se a água deixasse de existir, e mo culpasses! como se por todos os males eu fosse a culpada .. eu fosse a remetente de todas as cartas de guerra ! explica-me, porque me fazes isto? é que eu não entendo, não te entendo ! deixa-me ir, de uma vez, reduzis-te-me á minha insignificancia e nesta noite, vou sair á rua, vou gritar, vou chorar e ninguém me pode parar, ninguém me pode mudar ... seja como for , eu vou ..

segunda-feira, 18 de maio de 2009

eras

foi assim que te conheci, um ponto incerto, mas que perdurava , não finalizava, nem escondia, não questionava, nem afirmava. eras assim, um ponto incerto de tão certo ! Mas agora, tornas-te-te, sinal decadente, finalizas cada história com amargura, e tens sido assim, reticências incertas sobre lágrimas certas.

domingo, 17 de maio de 2009

Porta


eis a porta do destino,
a porta de escolhas interditas,
E de longe, ouve-se um sino...
um sino, de melodias indecisas!

eis a porta da escolha,
a porta da brisa calma e dura !
e de perto, sente-se o tormento que me molha ,
de uma indecisão que perdura ...

eis o sino inacabado,
a brisa desulada ,
o olhar parado
e o rosto que não é amado.

Não sei por onde entrar,
tenho medo de errar .
Medo de falhar,
medo de olhar e tu com uma nova pessoa tudo partilhar...

veneno nocturno

Por detrás da escuridão , já escuto os pássaros a cantar. Conversam entre si, soletram melodias perante a noite e despertam a chegada do amanhecer ainda distante . As luzes ainda iluminam a cidade , e todos adormecem num sono calmo e profundo . Todos, menos eu e outros tantos, que fechados na solidão soltam os seus gritos ao mundo, mascarados pela noite, fechados pelo dia.
Gritos ainda mudos que se envocam conforme as lágrimas caem sobre a cara ainda quente do sono curto e denso. Os meus pés gelam-me debaixo deste lençois de memórias onde tu me prender com insónias duradouras... Voltei ao mesmo e não consigo fechar os olhos... E quando o faço, estranho... As lágrimas continuam a cair , os pássaros continuam a cantar e a noite ainda permanece . A cada dia a minha ferida parece abrir-se mais e eu queria apenas que ela ficasse curada de uma vez, mas nem a noite nem o dia me protegem de cair, me salvam deste veneno que me faz ter medo de por vezes adormecer...

forças

não me canso de escrever, mas sentei-me e trabalhei no avião de papel que um dia sonhei..
Idealizei e consenti, que estava na altura de o fazer partir. Após esboços desinquadrados, de projectos inacabados, consegui, e lançei-o ao ar. Não foi só um avião que lançei na escuridão, mas palavras que dantes cheiravam a solidão foram enviadas á procura de um amor perdido, espero não ser uma viagem em vão. E os papeis que em vão gastei, hoje explorei e neles encontrei a carta que um dia te declamei , mas que hoje quando leio, me causa dor e mágoa, me abre feridas e se declama ''pretérito imperfeito'' queria poder fazer dela presente, pois esta foi a carta do teu caminho ligado ao meu, a carta do meu amor completo pelo teu, mas nunca pensei, que o teu fosse mera invenção, uma resposta em vão, um amor, de cartão ...

vence

vence esse receio,
não entendes que tens de dizer o que está no teu meio?
vivo, presente, ou oculto
quero saber quem por mim se mostra culto.

chega de incógnitas e de adivinhas
quero saber quem és, hoje agora
porque sabes tantas coisas minhas?
e não me falas sobre a hora...

eu quero saber quem fala ,
do outro lado do ecrã
quem se esconde numa sala
sem pensar, não te desvendes amanhã.

vence o receio, diz-me quem és
eu anseio saber quem fala,
quem é esta voz muda que me tenta acalmar
numa noite em que o mundo se virou por amar.

ergue-te

porque tens medo de te assumir? não carregas maldade nas costa, apenas um medo, um complexo de inferioridade que não é verdade. Ergue-te ao mundo e grita que existes, mostra o que vales e como és. porque te rebaixas de tão leve carisma? Onde me encontras-te, para comigo tanto te importares ? não sei com quem falo, nem de onde vens, mas peço-te, diz-me quem és . É um equivoco não saber, quanto mais perceber, quem por de trás dessa mascara fala e com tanta mágoa se isola, do mundo. Penso, que demonstras não ter vontade de viver, mas porquê? Não carregamos maldade, apenas um novo rumo devemos seguir, quando algo não está bem. Diz-me quem és e de onde falas, porque falas e como demonstras a tua sabedoria? Não tenhas medo, diz-me quem és ... Diz-me quem és ...

noites

Vagueio, o mundo dorme e tudo parou. O movimento das ruas é quase deserto e eu presa no seu momento certo, desvendo-me . Tento acordar o mundo, mas os meus gritos são ecos mudos do incerto. E eu, de leve precorro cada momento desastroso e páro, choro, por momentos desvaneço, mas nunca morro. Perco-me, e afasto-me . Muitos me chamam, mas eu surda e derramada, continuo á derriva da incógnita pesada . É dura e mole ao mesmo tempo, mas pesa tanto que é o suficiente e me sufoca. Vejo mãos que me tentam puxar, braços que me tentam amparar mas o meu destino não é esse, e poucos são os que vejo com passos certos e prontos para me acompanhar. É nessas noites, cada vez mais densas que o meu sorriso se esbate, o meu rosto palidece e a tristura passa a textura das minhas pequenas rugas. Ainda sangro de todas as vezes que caí e ainda grito e me levanto, mas a verdade é que nunca senti o frio devorar-me a dor nem o calor devorar o amor. E nesta noite, sem conseguir dormir, danço no gelo da colina, sozinha, felina, sobre o manto adormecido do mundo, e grito por ti . Pena que é um grito , mas hoje é mudo.. e tu, tão surdo...

chega

penso que chega de tantos gritos fechados, tantas tristezas paradas. Penso que chega, deixar correr esta água de uma nascente mas da qual não encontro a foz do riacho que me corre os pés, e refresca a alma. Penso que chega, de lágrimas derrubadas na solidão, de gritos em vão, eu quero que chegue, de um toque calado desta imensidão. Diz-me que chega, que me proteges do vento, que tudo o que se passou foi mero contratempo. dá-me a mão, guia-me perante a escuridão, mostra-me a luz que sempre me iluminou, diz-me que ela não se calou e que foi sempre a luz do meu coração. diz-me que chega e dá-me a mão..

fala comigo

o estrago é permaneceres fechado(a) nesse cúbo negro, onde por gritos tentas expor-te, mas sais á rua mascarado e cada acção não pode ser felicitada. Gosto do que dizes, mas agora gostaria de saber quem és e porque estás a fazer isto. Será que me conheces ? Ou simplesmente és miragem que se esquece de quem é ? Diz-me de onde me falas, de onde me gritas , peço-te, não te cales, mas diz-me de onde falas e quem és tu que com tanta tristeza falas ?

porquê?

porquê te escondes sem te desvendares?
tens medo de que ? se esta mascara te faz falar?
porque não a tiras e não te deixas levar, por palavras que tencionas soltar?
diz-me quem és e de onde vens , como sabes quem sou e porquê que a ideia de te ocultares?
não entendo, este tempo nem a tua máscara calada numa brisa embalada...
revela o mistério, sem que um dia penses ser um tédio.
quero saber quem és, porque não me dizes ?
será que sabes quem sou ? ou simplesmente foi o vento que te trouxe e me levou?
quero saber, quero saber .. é tudo o que te poderei dizer...

sábado, 16 de maio de 2009

ouve

Vigia-me, escuta-me , fechado a sete chaves...
Foi um segredo revestido, uma brisa mascarada ..
será que é o reflexo do voo das aves ?
Mas porque que esta incógnita não é desvendada?

Gostava de saber, adivinhar, mas não consigo ...
Quem és tu ? Brisa leve e portadora
será que costumo estar contigo?
É um encanto, que me devora...

Diz-me quem és,
diz-me nesta hora ...
será que me escutas de fora ?


(curiosa por saber quem é este ''Anónimo'')

de volta?

brindamos ! a um novo, recomeço . ainda me caem as lágrimas quando falamos, lágrimas de medo, de receio, de que tudo fique á deriva, se as coisas se acabem por afundar, e sermos só isso, um naufrágio. Brindamos , sim brindamos e cedemos. Mas será que foi certo ? Que foi sentido ? Não estou a duvidar, eu sei o que sinto, sei o que desejo. Mas não imagino o que sentes, o que desejas... Não sei do passado, o que foi para ti, o que vivemos, só sei o que foi para mim o que vivemos e o que senti quando sentada nas nossas memórias, o vivi sozinha. Só eu sei, o quanto gritei, e tu não estavas lá para me acudir ... Hoje, quero brindar ! Brindar a um novo começo, a um novo dia. Mas será que vou conseguir passar o ontem , a dor, a tristeza e esta lágrima que ainda me cai para passado? e viver , este novo presente ? Mas ... Não sei o que tu queres . Não sei como o queres fazer... E tenho medo, que me leves a cor dos meus dias , novamente ! Mas quero brindar ! Quero chocar o meu vidro com o teu, e perceberes, que se for de força de mais, o cristal com que brindo, pode partir, pois eu brindo, sem nada a esconder, com o meu coração . E por favor, não sejas brusco, não desta vez ... será que é certo este brinde? eu anseio o passado, mas tenho medo do mau passado. fecho os olhos e penso em ti, recordo sussuros momentos... não vás embora outra vez, não sabes o quanto magoa ... Preciso de ti, do meu lado. Do Bom dia, do boa tarde, do boa noite. Das preciosidades que trocavamos, das palavras carinhosas, dos gestos, dos dias a teu lado.. Por favor, quero de volta tudo o que um dia construimos mas desta vez que não fique á deriva, que não me deixes num mar que não conheço, este da tristeza que até á data não me tinhas mostrado. Tenho saudades de te contar o que sinto, por palavras e por gestos .. Tenho saudades de te ter perto , de te chamar ''amor'' de te elogiar e de tu me elogiares, de me levares ás nuvens e me deixares escrever lá, naquele céu. Tenho saudades que sejas a estrela mais brilhante, o meu mundo de horizontes ... Tenho saudades e medos.. Ajuda-me . dá-me a mão vem comigo, mas hoje dorme bem e sente que continuo do teu lado . Boa noite, meu amor, meu amor ...

adormeceu

o dia adormeceu ... e eu escutei cada momento. Percebi que a noite me sussurou segredos, que me fez vencer os meus medos ! entendi que a lua não desaparece, nós é que por vezes não sabemos vê-la . agora, fecha os olhos ! E imagina, não tenhas medo de voar, de sonhar . podes sentar-te aqui, a meu lado . Sobrepõe a tua mão á minha, segue o tracejado que vou criar, serão as tuas asas. Asas de palavras, que te vão mostrar os esconderijos do céu, e para onde poderás fugir, encontrando um abrigo , na lua, nas estrelas, numa nuvem. Mas agora, vem, senta-te do meu lado, quero-te desenhar as asas que desacreditas-te um dia ter .

escutei

no silêncio, escutei.
não entendi: apreciei...
no silêncio, encontrei,
quem um dia amei...

olhei, sem imaginar...
que me estavas a chamar!
foi ali que tentei atentar,
á tua presse que pairava no meu ar...

chorei, e sem querer ouvi-te...
mas as palavras eram meros soluços
não consegui dizer ''percebi-te'',
idealizei os teus gestos como bruscos...

Mas tu só querias,
ensinar-me as verdades ,
que um dia foram mentiras
e eu sofri por tais crueldades ...

Mas eu não quiz...
escutar-te nesta noite escura ,
será que não sou mais aprendiz ?
este sentimento , nem sabes como perdura !

dor




Aperta-me o corpo , sem que me causes mais dor , porque este explendor , foi a dor de ultrapassar o amor. Não sei qual o sentido de não te ter, se a minha vontade é agarrar-te, desenhar-te e amar-te

sexta-feira, 15 de maio de 2009

15

foi dura a partida , a quebra do encanto das flores, mas duro foi, quando reparei que não eram ainda flores, apenas sementes, que imaginei desenvolvidas e amadurecidas. Mas não passaram disso, de apenas sementes, e como não as quizes-te regar, ficaram só por elas, ganharam autonomia e fugiram do jardim . Um jardim, que nunca foi isso, um jardim de flores.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

mundo

O mundo é um local abstracto onde eu gostava de adquirir uma forma, para me definir .

sem título

deixei os meus cabelos presos aos raios de sol que o fim do dia me trazia, de leve , vi que apesar de presenciar a Primavera senti o Inverno no meu corpo, percorrendo-me o corpo. Gelei, de saudades gastas pelo tempo, chovi, lágrimas seguidas e incertas de um amor, não apagado pelo tempo. Perguntei-me, a mim e a toda a natureza que me presenciava se estaria eu , a sentir a ferida que ainda não foi curada e foi aí.. foi aí que senti que todo o meu ser sabia o que se passava. O meu corpo, morria, tanto como vivia. O meu coração, ainda tinha o teu nome, soletrado e sussurado ao ouvido do destino, e tu? onde estavas tu? A dramatizar nesse palco que construis-te, feito a falsidade ou hipocrizia. Diz-me onde estás tu ? Será que , um dia perceberás que o teatro foi demais? Mas afinal.. Tu não estás a fazer teatro, é apenas o teu espectáculo de marionetas e eu fui só uma que arrumas-te no baú. Quando o abrires, tira-me daqui, nem que me deites num caixote do lixo, nem que me deixes num beco entredito, numa encruzilhada, mas tira-me daqui, porque o teu espectaculo, não chegou ao fim, mas eu não quero actuar nesse palco decadente , onde a felicidade não é aderente, mas um desenho interdito e requintado de uma vida idealizada, por influências de actores mal encenados.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

terminou?

pensei tantas vezes que tudo tinha superado, que esta dor de não me amares tinha passado. Mas, porquê que ainda arde ? Esta ferida , tornou-se imensa e este silêncio perturbador . Talvez o facto já não seja o amor, mas a ausência da tua presença . A doçura do teu toque, evaporou-se neste céu, e o teu brilho desapareceu. Já não me iluminas, não me tocas e não me encaminhas. Não me apoias, nem me acompanhas. Eramos os mais belos, naquele caminho sem fim. Os mais belos, pela união que o nosso passo certo despertava em todos os olhares, diz-me que não terminou este caminho que seguiamos ! Queria saber, se um dia vai voltar, e esta dor vai parar. Os segundos consomem-me o tempo, e o tempo é consumido pelo momento. Ninguém me percebe, e ninguém sabe ler os meus olhos como tu sabias. Só tu vias neles, aquele brilho, aquele gosto, aquela felicidade. Só tu sabias o seu sabor, o seu esplendor, só tu os sabias descrever. E também, só o sabias fazer porque eras tu quem os olhavas, e era na tua presença que eles se despertavam. Nunca me senti na necessidade de chorar a cada momento em que sozinha estou, sinto a tua falta, não tenho quem me destraía agora, porque deixei tudo para trás. Não quero ir ao telemóvel, nem ler as mensagens, não vou ter uma tua. Não quero ir ler os e-mail's, porque o teu remetente não está presente em nenhum. Não quero olhar quando caminho, se sei que tu não me vais aparecer á frente e me abraçar, como só tu sabias . Pensei que estava a ultrapassar, e que a ferida se estava a fechar, mas eu só precisava do teu carinho agora, daqueles miminhos que as tuas palavras davam. Queria adormecer, feliz como adormecia, e acordar com mensagens tuas e enviar-te aquelas mensagens ... Hoje tentei fazê-lo, mas percebi que o tempo correu entre nós e que agora, já nada existe, apenas uma saudade . Que é aqui declarada, para um remetente vazio, lanço esta carta numa garrafa, quero lançar no oceano, espero que as ondas ta levem, e se não te encontrarem, um dia quando morrer, procura no mar, porque sei que esta carta ainda lá vai estar, e que percebas que o meu silêncio não foi esquecimento, mas a ansia de um dia tu te lembrares de mim. Agora pergunto-me, será que terminou? Ou que a tua presença em mim, na minha vida vai voltar? Do meu coração, nunca te vou tirar.

domingo, 10 de maio de 2009

barreira

era isto que querias de mim ?
que entrasse numa viagem sem fim ?

Tentei largar-te, e cada vez sinto mais saudades . Não entendo, porquê que me sufoca esta ausência de tão leve aparência .. Pedia a todas as estrelas, que te trouxessem até mim, mas tu , fugis-te deste céu que eu observava, e as minhas noites estão presas a memórias , ás quais me prendo. Ali estou eu, no cimo da colina, á procura de ti, neste céu.. Nesta noite .. Disses-te-me tantas coisas, que era uma estrela, mas não uma vulgar , a estrela mais brilhante, não de um sítio qualquer, mas do sítio em que me inserias em ti . E eu , eu sempre te senti assim, como o mais brilhante, o mais presente. Olho as estrelas, espreito por de trás delas, procuro em todos os recantos, mas tu não estás.. E todos os brilhos são incomparáveis ao teu . Não imaginei nunca, ficar nesta situação , nestes momentos entre o silêncio e o grito. Neste impasse, doluroso. A música, era para sempre. Mas , não está a ser .. Não sei onde estás, como estás , o que é feito de ti. Mas presumo, que a minha partida não tenha feito diferença, se é que lhe posso chamar de partida, eu não parti, tu partis-te e eu ali fiquei. Sempre te disse que ia ficar, sentada nas raízes da árvore, a olhar tudo o que construimos e tudo o que deixamos por construir. Se o arrependimento matasse.. mas não mata ! Se pudesse voltar atrás.. mas não posso ! E ''se'' ...
Eu só queria voltar aos dias que vivemos, não mudava, mas aproveitava. Não chorava, mas sorria.. Não desprediçava um segundo, eu tentei, mas tu não percebes-te que isto podia acontecer. E de tantos medos, de tantas promessas, quando ganhamos segurança, é que o desastre acontece... A minha vida já deu tantas voltas , e tu não sabes de nenhuma, não sabes do que conquistei, do que perdi.. Não sabes se choro , se rio.. E não sabes como me sinto. Mas preciso de te escrever uma carta sem destino, preciso de me soltar de tudo novamente.. Não imaginas .. Esta dor que me consome.. é cruel, o que foi que fez de mim naufrágio, sem o mar me ter atrevido a contrariar?
não sei, mas espero um dia , quebrar esta barreira que entre nós se montou ..

sábado, 9 de maio de 2009

eu


enquanto o mundo anda, apressado e calmo ; é no seu instante que eu choro, presa a um recanto, iludida por lembranças que um dia quizeram deixar saudades ... e eu ali, encostada aquele canto, cabisbaixa, serena e parada procuro (re)encontrar o meu rumo, que o perdi no passado onde tentei cumprir o meu turno .. agora espero, que com este movimento, a minha força se incentive e eu parta á descuberta , pelas ruas mascaradas, de quem me quer livre e completa.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

cor

pego na lupa, sinto que estas cores, não são só cores e teimo em saber o que a sua textura, colorida, viva, esconde.
percebi então que estas mesmas cores, de tão felizes, aparentemente, são simplesmente mais uma lágrima triste, mais uma queda da vida, uma glória do coração. estas cores, são as cores do coração, as puras e fortes, que vencem as lágrimas , as cores dos sorrisos, as cores das pessoas, as cores da vida, têm sempre alguma coisa por de trás da cor, por mais colorida que esta cor seja, por mais vida que transmita, mais felicidade que esboçe, as cores, não são menores, as cores são tal e qual a nós.

Há uma saudade escondida ,
que alguém m'trouxe ; perdida.
Há uma saudade escondida ,
que queria ser vivida...

Há um amor, inacabado ,
Prestes a ser como o fado,
Brando e eterno
Tanto antigo, como moderno.

Há uma caravela á deriva ,
Onde a saudade está viva !
Há um vazio tão vago,
que penso ser de um Mago.

''Mago?''-perguntei.
''Fui eu que mudei?"
Há um amor entre linhas,
Vindo de coisas minhas !

Houve um tu, e um eu ..
Um ''nós'' , mas estremeceu ...
Há uma saudade perdida ,
É a história , que nunca foi lida !

Há um amor perdido,
Entre o fumo, vivido !
Há um amor magoado,
Queria eu : apagado...

Há uma sombra aqui...
Que me persegue até ali...
É o amor presente,
De um futuro comovente...

E , quando voltar ..
Eu já não vou querer amar !
Cada vez que choro, farto-me ..
De cá estar .

quinta-feira, 7 de maio de 2009

um dia

- Um dia vamos ser tão velhos, tão feios, vamos ficar tão enrugados, e o nosso cabelo perderá toda a cor.
- Tens medo , desse dia ?
- Muito .
- Porquê ?
- Porque não consigo imaginar, a ver-me no meu limite, no meu caminho para a morte , ninguém me olhar e dizer que estou bonita , que estou feia, que o cabelo me fica bem ou mal, apenas me vão olhar e criticar, chamar-me de velha.
- Tu nunca vais ser velha ! Vais ser sempre linda .
- Não. As minhas rugas tornar-me-ão cada vez mais feia .
- Achas que sim ?
- Acho, tal e qual te vão tornar a ti .
- Mas eu não tenho medo de ser e tornar-me ainda mais feia sabes porquê ?
- Porquê?
- A beleza não é tudo !
- Como assim?
- Vou-me orgulhar de ser idosa, e se as rugas são sinónimo de ser feia, vou-me orgulhar de tao feia ser, dizer que todas as rugas, foram bonitas de felicidades .

segunda-feira, 4 de maio de 2009

queimei

queimei todas as cartas de amor, todos os provérbios e pensamentos; queimei memórias, fotografias, mensagens ; queimei-me a mim, com tanta mágoa que usava como líquido para o fogo agarrar. mas hoje, reflicto em toda esta chama, umas vezes fraca por outras intensa. Mas sei, que esta chama vai ser capaz de tudo queimar e de ti, nada restará . foi a tua vontade, nunca a minha. quiz-te dizer um ultimo adeus, dar-te um ultimo carinho, abraçar-te uma ultima vez. mas nem isso me proporcionas-te. partis-te friamente, calmamente e quando dei por mim, já não estavas do meu lado. Hoje foi a hora, em que tomei uma posição. não me vou arrepender, foste tu que a tomas-te.

até um dia, quem sabe numa nova vida, nos cruzaremos como duas pessoas que se chocaram e deixaram cair uns livros que portavam, livros de histórias, repletos de encruzilhadas. Mas, será que nunca vamos passar disso? meros (des)conhecidos !

acabou , eu sei .

jardim


foi assim, que as flores do nosso jardim ficaram. deixamos de as regar em conjunto, de cuidar das pétalas, não tem chovido, e os ventos não ajudaram. As pétalas cairam, murcharam. As cores perderam-se na tristeza e o resto do jardim, está mórbido e sombrio . Será que um dia vais chorar como eu choro, ao olhar todo este pantano decadente ?
Mas, se tu construires outro jardim e não for comigo, quero que seja o jardim mais belo dos todos os tempos, porque a vida não são só jardins , tem de haver uma boa terra, e boas sementes.

..

peguei-te fogo. a todo o custo, quiz-te esquecer, quando percebi , ainda estavas em mim a viver.
mas quando reparei, não ardes-te. intoxicas-te-me cada vez mais, e hoje estou quase a morrer e mesmo assim, o meu coração ainda vive, por ti .

ressuscitou

após uma paisagem decadente, de árduos montes encontrar e de falésias quase encarar, encontrei o lago que sempre perdi, onde escondi no seu fundo , cada segredo, cada sonho, cada desejo. será que ainda estás lá? o fogo que deitas-te ao meu coração não sobreviveu na agua e as cinzas, nela também não pararam. Encontrei pois, todas as garrafas que escrevi e não cheguei a enviar, as mensagens sem remetente, as cartas do destino, onde sem abrigo ficaram.

O caminho da partida

Ela voava, naquele céu imenso, azul ! Era livre, felina e esperta, onde fazia arcobacias, onde conquistava, onde sorria, onde gritava. Era uma andorinha, tão branca e pura, tão discreta como chafariz de todas as atenções. Naquele dia, a sua felicidade explodia pelos céus e na terra, focava-se um pequeno bosque , onde num trilho , por direcções opostas duas pessoas caminhavam.
Na direcção norte, um jovem, com os seus 16 anos , ar de poucos amigos, com passo agil , certo, mas apressado ! A sua voz era bruta e consigo próprio resmungava! Com 16 anos, ainda não tinha ultrapassado as crises da adolescência, onde o seu mau-estar era habitual e os sonhos tinham sido banidos no ar . Caminhava para norte , onde sonhava caminhar mais depressa, aumentar o ritmo da passagem do tempo, e avançar aquela idade , para muitos de ''criança''. Queria o futuro, estava farto do presente em que foi inserido , e mesmo com toda a revolta de um vulto, tão jovem, aquela andorinha, sonhava pelos céus, sem avançar, sem recuar !
No outro sentido, para sul, uma senhora de 41 anos, dona de uma empresa funerária , que tencionava recuperar o tempo que passou, o tempo que um dia no passado desfrutou .. Caminhava para a busca de memórias, de sentimentos e momentos congelados pela ocasião, para que, recheada de saudades, os pudesse agarrar e (re)lembrar .
E num momento ágil, em que ambos os vultos iam passar um pelo outro, a andorinha cai entre eles! Caída, de asas abertas, de olhos fechados e parada .
Estava morta !
E , o jovem de 16 anos, com ar de apressado , olhou-a .
Os seus olhos reflectiram uma pressão de mágoa, de tristeza, de incompreensão. Mas a sua feição , tão depressa se mexeu ! A mente não o queria rebaixar, ele tinha de continuar , não era um fraco e por sinal era só um animal, uma andorinha ! ''Por amor de deus, uma andorinha'' , pensava.
A senhora de 41 anos, parou, os seus olhos transmitiram calma, paz e serenidade . E lançavam felicidade, harmonia, presença. Verificou se a vida da andorinha ainda estava presente , se o seu coração, coberto de penas brancas ainda estava acordado, mas não. E chamou o rapaz! Este, com olhar de chateado, e perturbado , voltou-se . Viu-a cobrir a andorinha com folhas , verdes e puras, filhas da primavera.
E disse-lhe "Vem cá, sem medos".
Nada mais se esperava, de um jovem de 16 anos, que pensa que a vida lhe corre mal e respondeu: "Diga".
A senhora, arrancou uma pena e disse-lhe :
"O teu olhar, chorou . Mas a tua mente não o deixou ! O que será mais forte ? A mente ou o coração ? Não queiras perder o presente, vagueando para o futuro. Quando quizeres voltar, o presente será passado e tu necessitarás de o viver, mais uma vez, mas ele fugiu ! Não percas o teu rio, desejando um oceano, no qual te podes afogar, perder e não viver ! Esta andorinha, viveu assim! -arrancou uma pena da mesma- Pega, para que sejas tu também, uma pequena andorinha".
Os olhos do jovem, transbordaram lágrimas, tristeza e desorientação, mas por momentos, no meio de tanto sentimento, sorriu, e caminhou, não para o futuro, não para o passado, mas para o presente, o céu . Onde ele próprio, poderá dar asas á alma da andorinha que um dia viu morrer e nada pode fazer !

foram palavras

foram palavras, meigas, precisas.
foram palavras, minhas, tuas.
foram palavras, dirigidas, recebidas.
foram palavras do coração, da arte de uma benção.
foram palavras, palavras de vida, de morte.
foram palavras , com destino eterno, perdidas no momento.
foram promessas, ilusões.
foram promessas, que um dia foram palavras !
foram palavras, que em nada se tornaram ...
foram palavras, traiçoeiras .
foram palavras nunca sentidas, por ti.
foram palavras livres, que um dia usei para mostrar o quão gostava de ti .

domingo, 3 de maio de 2009

fecho os olhos

fecho os olhos, é de noite, fecho os olhos e não sinto. Dá-me a mão, faz do meu mundo um pássaro sem ser ilusão. Faz do meu mundo, arco-íris, e mergulha-me nele, faz do meu mundo vida, e vive comigo.

baralho

baralho o meu presente, ansiada por um futuro melhor, quero-me desprender do passado. corta a corda, está quase a acabar, está a passar .

Sonhos

prendias-me o cabelo, como se o quizesses proteger do vento! como se o quizesses só para ti, nesta noite, tão densa. As minhas lágrimas estavam geladas como gelo partido, onde lanças-te o vidro que nos resguardava. E o teu beijo, o teu toque, sobrepunha-se ás minhas lágrimas . O teu toque era quente , certo e eterno . O meu coração eternizava aquele momento, congelava-o com tudo o que tinha, não te queria abdiquar nunca ! Deste-me a mão, ageitas-te-me contra o teu coração, e eu cabia tão bem nos teus braços, eramos duas peças de puzzel, que encaixavam na perfeição. Quizes-te ir ao farol, lá em cima, podiamos chegar ás estrelas, e quando chegas-te, o meu coração termia, o medo aparecia, não percebia porque. Mas quando entendi, que lá em cima já estava, estremeci, fechas-te-me os olhos e quando os abris-te, beijas-te-os, e ofereces-te-me uma estrela, uma estrela cadente ! Vimos-la juntos, paramos o tempo para analisar-la cada vez melhor, o brilho, a velocidade, a forma, a direcção. Formou-se uma nuvem, um coração e um grupo de estrelas formava as siglas dos nossos nomes lado a lado, mostrando que estavamos ali, por todo o lado. Mas, tudo se dispersou, e percebi, foi só um sonho . Quando acordei, estava agarrada ao que ainda me resta de ti, agarrada a uma almofada, recheada de lágrimas.

não dá

não aguento mais este sentimento que me corre, sei que tenho de reagir, mover-me, parada não posso ficar, mas não aguento mais ! esta dor consome-me cada vez mais, eu preciso de ti, como ninguém . Eu choro por ti, cada vez que vejo o meu dia e recordo que já não estás comigo, tu fugis-te, tu sabes que é verdade . Mas cada vez, que invocam o teu nome, engulo em seco ! Cada vez que te vejo comentares outras raparigas, que te vejo sorrires, e de mim nada quereres, de mim nada perceberes, de mim nem saudades sentires, eu morro, eu grito, eu choro, eu não sei . Não sei mais que fazer, por onde ir, para viver ! Diz-me que isto vai acabar, diz-me que ainda estás comigo, dá-me a mão, abraça-me, faz qualquer coisa, diz qualquer coisa ! porquê que me estás a fazer isto? Não sei. Isolo-me na noite, choro, ninguém me ouve. As lágrimas fazem eco no vazio, eco no silêncio, no sombrio !so tu podes fazer alguma coisa, diz-me , diz-me que tens saudades, que ainda não te esqueces-te de nós !diz-me por favor.. diz-me que isto não foi um fim, que vamos ser apenas amigos, conhecidos banais, que dão ''duas de treta'' e vão embora, diz-me que não vai ser assim.
engulo em seco, e as lágrimas caem-me, sobre as mãos, que se decidem a escrever, arrepio-me, recordo-me de ti, e é aqui que o mundo me cai sobre as costas.
Talvez, nada mais haja a fazer, mas tira-me daqui, deste esboço de tristeza, onde sozinha caminho, onde sozinha choro ! Diz-me, já não aguento mais ver-te assim , já não aguento mais, não quereres saber de mim, e teres partido , sem mim ...

desertos

trocam-nos por miragens, perdidos em desertos, não querem lutar pela saída, apenas , por uma água pura, limpida e bela ! Não querem quem sempre os encaminhou, perderam-se, e o deserto era so uma fase, mas iludiram-se e foram beber aquela água, água que um dia se desvendará miragem. E nós? ficamos para trás ..
a água , será veneno, miragem de deserto, nunca um verdadeiro segredo, uma farsa, uma mentira. E envenenados, deitados sobre a quente areia, implorando ajuda, sem folego para gritar, morrendo, nós? corrermos, ajuda-los-emos, mas partiremos, agora? é a vossa vez de correr de lutar, de chorar, de perceber o que é ''amar''.
o deserto não é certo, e trocar o amor por miragens é erro, é pecado, é veneno , é incerto !

tu

quem um dia nos larga, um dia volta-nos a tentar agarrar.
será tarde ? será cedo ? eu não queria que me largasses neste instante .
as minhas lágrimas caem , será que esse dia vai chegar? o nosso reencontro está marcado? tenho medo que não esteja e que o destino nos separasse para sempre. Mas o para sempre é um ponto incerto no meu caderno diário, onde cada página é feita de tudo's, de nada's e há um sempre feito de ti !

vago

Abranda esta água que me embala, leva esta brisa que me fala !
Não sei o meu rumo, por onde caminho sem um turno.
Mas o que fazer ? Ninguém me pode dizer.
Tenho de seguir, sem reflectir?
A reflexão, é algo sem compaixão.
Perdomina, complica, mas se não reflectir
Não conseguirei prever o que está pra vir.
O amor, brisa de louvor.
O ódio, algo tão mórbido .
E eu , presa a ti .
Não sei se sabes mas eu li!
Li o teu pensamento,
Sem te pedir, fiz-lo com alento .
Não quiz saber da crueldade ,
Nem da infelidade .
Mas eu li-te .
Despido de esconderijos, vi-te .
Queria-te pedir ,
mas não sei se sabes sentir !
Queria-te cantar,
mas para quê? não saber decifrar o código ''amar''.

indecisão

quem sou eu, nesta brisa que corre ?
quem és tu, neste silêncio que me domina ?
não sei para onde ir, nem que rumo seguir, precisava do teu palpite, do teu suspiro de cansaço após este caminho que percorri, significava que estavas ali ao meu lado , mas agora, não estás . E o meu suspiro é vago, nesta noite densa, sou só eu . encontro encruzilhadas, obstáculos e memórias. Foco-me nelas, olho-as de frente, mas o seu raio incide-me no olhar, choro. Choro por elas, não por ti. Por tudo o que ficou , que foi um nada que restou. onde foste parar ? de tão imenso e intenso, a ameno e sombrio. Pára ! Saí dos meus sonhos, saí ! eu não preciso de ti aqui, não de ti como tu estás. A portada , mexe-se conforme o denso, ora fecha, ora abre. Penso em erguer-me e travar-la, quero ver o sol, fartei da escuridão, desta imensidão de memórias. Preciso de saltar, de correr , de brilhar ! preciso ir pelo caminho de tochas fugases . Preciso de apagar as velas de aniversário com vontade, de chorar por felicidade, de segredar palavras no cair da noite ! preciso de sentir o meu coração a bater. Não queria memórias, queria presentes.
Se um dia voltares, gostava que fosse, no dia em que a minha pele estivesse mais enrugada, e que apesar de toda a felicidade, para ti ouve sempre umas palavras guardadas .
"amei-te, não a vida toda, mas toda a vida "
agora o amo-te que permanecer, será o de sentido presente, ou de um dia o seu combate perder mas permanecer forte, num passado , fugi do norte !